sábado, 5 de fevereiro de 2011

PALAVRA DO PÁROCO

“CERTA NOITE ELE FOI TER COM JESUS” (Jo 3,2)

Ainda estamos só começando mais um ano e quantas coisas    aconteceram.  Muitos  de  nós  tivemos  boas experiências de final e início de ano. As celebrações na comunidade, as comemorações com familiares e amigos certamente nos deram novo alento. Alguns tiveram uns dias de folga ou férias. Pelos menos os que estudam ou freqüentam a catequese puderam desfrutar com outras ocupações.
Contudo, para bem da verdade, sabemos que o  tempo não para. Não houve um só segundo entre o ano velho e o novo  que  estamos  começando.  Então  quem  faz  a diferença somos nós que damos sentido ao tempo e aí tudo  pode  ser  visto  como  continuidade  e  processo constante de progresso em  todos os setores de nossa vida.
Mas,  o  que  é  mais  importante  em  nossa  vida? Pergunta difícil de ser respondida. Mesmo assim quero arriscar  e  dizer  que  o mais  importante  são  os  nossos relacionamentos.  E  entre  tantas  relações  que estabelecemos, um único deve ser o  fundamento: o amor.
Por isso, o amor e preferencialmente dentro da ótica cristã  deve  marcar  nossas  relações  com  todas  as pessoas e coisas que fazem parte de nosso  cotidiano.  Deve  ser  ponto  de partida e chegada ao mesmo  tempo. O  que  faz  com  que  nosso  ideal  se torne a pessoa de Jesus. Para dentro de nosso  tempo amar como Ele amou. Fomentar um modo de  relacionar-se com Deus, consigo próprio e com os outros. Um modo que resulte em vida sempre mais plena, uma vez que a plenitude está para além  de  nossas  capacidades  humanas  e  ultrapassa  o tempo presente.
Precisamos  fazer  o  caminho  que  nos  leva  a  Jesus Cristo.  Como  fez  Nicodemos,  todos  precisamos  ir  ao encontro de Jesus. Claro que não se  trata de voltar no tempo,  ir à Palestina do  tempo de Herodes ou Pilatos.
O  encontro  com  Jesus  é  uma  realidade  de  fé.  Em qualquer momento  e  em  qualquer  lugar  podemos  nos encontrar  com  Jesus.  Um  encontro  pessoal,  livre  e consciente, o que é uma graça muito grande. Pois, é nos relacionando  com  Jesus, Mestre de  todos os mestres, que aprendemos a arte da  relação humana.
Quando Ele escolhia os seus discípulos também nos escolhia para estar com Ele.
Os discípulos tiveram muito que aprender com Jesus. Eram  pessoas  simples  e  humildes,  quase  todos  não freqüentaram escola. No entanto,  todos vinham da escola da  vida  que  sempre  ensina  alguma  coisa. Em meio  a conflitos, disputa de poder e expectativas de vida todos aprendemos. Mas nem sempre entendemos do jeito de Jesus. Para nós que temos fé, a meta é ver com os olhos de Jesus, sentir com o seu coração. Encontrar palavras e atitudes condizentes com nossa fé, com o evangelho que recebemos.
Nicodemos  era  um  mestre  da  Lei.  Provavelmente pensasse  que  nada  mais  fosse  necessário  aprender. Entretanto, tendo ouvido falar a respeito de Jesus, ainda com certa desconfiança, pela noite, foi ao seu encontro.
Sabemos  que  Nicodemos  teve  dificuldades  para compreender  Jesus  e  acolher  os  seus  ensinamentos. Aquele encontro os tornou amigos. Nicodemos entendeu que precisava nascer de novo. Entendeu que  teria que vencer os seus medos e estar não somente uma vez com Jesus.
O evangelista João nos  lembra que Nicodemos estava junto de José de Arimateia cuidando do sepultamento de Jesus. A vida nos ensina que somente amigos de verdade nos acompanham até o cemitério, e Nicodemos fez a sua parte.
Então,  sejamos amigos de  Jesus. Ele nos acolhe a qualquer hora. Está sempre livre para nos escutar e falar aos nossos ouvidos. Ele está na comunidade dos crêem nele. Fala  pela  boca  da  Igreja,  nos  acolhe  pelas  boas vindas do  irmão.
Nos alimenta com o seu próprio corpo e sangue, e nos envia a semear sementes de amor, de esperança, perdão e  justiça.
Padre João Marcos Moreira

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